terça-feira, 11 de setembro de 2007

Da Cólera ao Silêncio


Quase nunca escrevo no mesmo dia, mas hoje estou a fim de jogar a toalha e pedir um tempo. Não sei porque quanto mais eu mostro minha humanidade precária e falível, as pessoas esperam que minhas atitudes sejam sempre dignas do prêmio nobel da paz. Aliás, esta não é uma situação nova, e tampouco exclusivamente minha. Acho que a mola propulsora das mágoas não é a situação em si, mas a espera. Eu espero do outro determinada atitude. Ele age de outra forma. A minha idealização se dissolve e sobra a decepção. Ajo, então, conforme ela manda. Só que o outro também 'esperava' outra coisa. E assim o dominó vai caindo, um por um, por coisas a princípio banais, mas que somaram-se a outras. Daí vem a própria somatização (ou seja, a apreensão de uma realidade exterior para a interior, que culminam nas doenças), as inimizades, a inveja, os amores desfeitos, os transtornos psicológicos. Eu digo à minha terapeuta que uma conversa depois da briga,e no entanto, antes da 'intriga', diminuiria a clientela em 50%, hehehe. Os estóicos, assim como Sidartha Gautama( O Buda) já pregavam que o caminho da felicidade é justamente esse: o desapego. Desapegar-se da projeção, da idealização...enfim. O que sobra é que, no fim, a gente termina consigo mesmo. O que pretendo sempre me desapegar, custe o que custar, é do ressentimento. Como já ensinava Nietzsche, o ressentimento é uma forma de satisfazer-se ilusoriamente no imaginário, diante de uma vingança impossível. Deus me permita vencer o único ressentimento que me resta. Mas eu rogo a Ele todos os dias para que não surjam outros!

Nenhum comentário: