domingo, 29 de junho de 2008

Carta para Mari


Como ela disse que eu nunca escrevo pra contar de mim e tal, e assim fica difícil manter a amizade atualizada, vou escrever aqui, Mari, pra vc, e aproveitar pra postar algo novo, já que ultimamente, a inspiração está suspirando...


"Amiga,




Eu bem queria te dizer que desde que vc foi embora, tudo está muito melhor, mais alegre e divertido, que as flores explodem numa beleza vertiginosa e que o céu do Brasil a cada dia se torna mais azul. Na verdade, há dias em que tudo isto é verdade mesmo (que bom!) , mas em outros tempos a vida parece estanque, e tudo fica meio parado e sem sentido. Pode parecer até melancólico, mas eu acho que a amizade dá cor a dias cinzas, e às vezes, num domingo à noite, isso se torna tão evidente que a sua falta chega a ter voz.

Minha vida mudou muito, pra melhor, e continua num ciclo de mudanças que parecem não parar. Isso tudo me assusta porque ainda que o tempo consuma os dias, não me sinto preparada para lidar com tanta velocidade,com tanta pressa, e na tentativa de avançar com o tempo, eu me vejo presa a certos passados que me obrigam a olhar pra trás. Quando olho, tropeço, porque parece que a vida não admite que percamos tempo com conjecturas acerca do que poderia ter sido.

Parece que nossas escolhas moldam nossa vida a ponto da gente ficar biruta se for levar tudo pro lado da teoria do caos (lembra que a gente assistiu Efeito Borboleta juntas?). O que poderia ter sido e não foi, o que foi e não poderia ter sido, entre tantas outras milhares de hipóteses . Só te digo que, as nossas escolhas sempre se basearam no oráculo maior, no coração. E acho que decisões que levam o coração junto, são sempre as mais sábias. Não são, necessariamente, as que não nos fazem sofrer, mas são aquelas em que escutamos a voz de Deus dizendo pra seguir em frente, porque Ele sim, deve saber o melhor caminho.
Hoje mesmo estava apreensiva sobre uma decisão que havia tomado,e antes que aquela sensação me tomasse por completo, resolvi desapegar, ver o que o destino havia tramado. E eis que a vida nos dá a verdade, ali, bem posta, como se não houvesse nada a escolher. Parece um papo etéreo, mas o que quero dizer é bem prático. Veja sua vida agora e relembre as decisões que teve que tomar para estar aí, deste jeito, neste lugar. Parece até aquela música do Paralamas "hoje joguei tanta coisa fora...".

No fim, amiga, eu me sinto feliz com as minhas escolhas. Acho que paguei o preço de algumas, lucrei com outras...e por aí, a fraqueza foi se tornando fortaleza e hoje me sinto um pouco do "Super-Homem" de Nietzsche, que superou os conflitos de seu tempo sem pôr a culpa em ninguém. Esse homem que o filósofo fala não é aquele do desenho, indestrutível (exceto pela criptonita), mas aquele homem humano, real, fraco e que decide reiventar-se no presente sem esperar pela morte que traga um paraíso, ou um futuro ideal, onde tudo é perfeito.

Por fim, vamos parar de devanear porque já está tarde e eu tenho que dormir. O tempo corta nossa cara com uma faca, e já já estamos enrugadas, velhas e caducas. Portanto, vamos vivendo da melhor forma possível e vamos tentar driblar a saudade com as armas mais humanas. Como este post, por exemplo. Foi só pra te dizer que me sinto extremamente feliz por um dia ter feito a escolha de ser sua amiga. Desafiando o tempo, a distância, e quem sabe, a vida.

Amo você, Maricotinha!


Beijos,

Vi."

O maridão da minha amigona Mari tá bombando no exterior. Harrisson é um exemplo de talento precoce que não teve medo de desbravar novos lugares- junto com um empurrãozão de Maricota, que também é um trator ambulante! Sorte pra vcs, meus queridos, muitas saudades e sobretudo, um desejo enorme de que tudo continue dando certo pra vcs dois!!! Isso é que é dupla!
Na íntegra a reportagem:

quarta-feira, 25 de junho de 2008

Canteiros

Fagner usou o poema de Cecília Meireles para fazer essa música...linda.

Quando penso em você
Fecho os olhos de saudade
Tenho tido muita coisa
Menos a felicidade
Correm os meus dedos longos
Em versos tristes que invento
Nem aquilo a que me entrego
Já me dá contentamento
Pode ser até manhã
Cedo, claro, feito o dia
Mas nada do que me dizem
me faz sentir alegria
Eu só queria ter do mato
Um gosto de framboesa
Pra correr entre os canteiros
E esconder minha tristeza
E eu ainda sou bem moço pra tanta tristeza ...
E deixemos de coisa, cuidemos da vida
Senão chega a morte
Ou coisa parecida
E nos arrasta moço
Sem ter visto a vida

sábado, 21 de junho de 2008

Se tem um feriado mais importante que o Natal, é o São João no Nordeste. Eu, como legítima paraibana,e nascida na cidade do Maior São João do Mundo, fico comovida com a união dessa época, onde em cada esquina há pessoas celebrando, dançando forró e comendo delícias do milho. Acho que é um Natal fora de época. E o melhor é ver as fogueiras nas ruas, derretendo os corações, colocando mais brasa no espírito de cada um, que, durante alguns dias, "olha pro céu e vê como ele está lindo"...
Definitivamente, eu amo o São João. E só pelas músicas dessa época já é merecido um feriado. Em homenagem à data e ao grande mestre Luiz Gonzaga, uma das músicas mais lindas dele encerra esse post com o melhor do forró-poesia:
Se a gente lembra
Só por lembrar
Do amor que a gente um dia perdeu
Saudade inté
Que assim é bom
Pro cabra se convencer
Que é feliz sem saber
Pois não sofreu
Porém se a gente
Vive a sonhar
Com alguém
Que se deseja rever
Saudade entonce assim
É ruim
Eu tiro isso por mim
Que vivo louco a sofrer
Ai! Quem me dera voltar
Pros braços do meu xodó
Saudade assim faz roer
E amarga que nem jiló
Mas ninguém pode dizer
Que me viu triste a chorar
Saudade o meu remédio é cantar
Saudade o meu remédio é cantar

terça-feira, 17 de junho de 2008

Contra-sensos do Brasil

Só para acabar minha inspiração e as postagens desta semana( já que minha atenção volta-se a outros assuntos neste momento), não posso deixar de comentar que terei de rever a minha primeira aula de Seguridade Social, agora no segundo semestre. Isso porque, ao explicar os princípios que regem a Seguridade, falo de um deles, o da Seletividade e Distributividade na Prestação dos Benefícios e Serviços. Eu sempre dizia, como exemplo: "Como não dá para beneficiar todo mundo, o governo seleciona aqueles riscos sociais mais relevantes, e distribui os benefícios para aqueles que mais precisam. O que é mais importante: auxílio-balada, para quem ganha mesada, ou bolsa-família, para quem não tem o que comer?"

Eis que vejo a notícia hoje de um senhor que sofreu um acidente- um bêbado ao volante o atropelou-e a família não mais dispõe de seu ganho- como biscate- para sobreviver. Conseguindo o benefício do LOAS, hoje a família ganha um salário mínimo para as despesas básicas. No entanto, os R$415,00 são suficientes apenas para um dos remédios da paralisia. Fiquei sabendo do caso e telefonei para a família. Perguntei se o posto de saúde não dispunha daquele medicamento. A esposa do Seu José disse:

"-Não,não.Já entramos até com um pedido judicial. A última remessa do SUS para o posto foi de um lote de Viagra."


(...)
p.s: Antes que me acusem de neoliberal,elite pê-esse-debista-fdp, fanfarrona ou coisa do tipo, saliento que esse post é de caráter meramente informativo!

No último sábado, enquanto eu assistia pela primeira vez, "La Dolce Vita", meu Pai me perguntou se já havia passado a cena de Marcelo Mastroianni ( que voz...) e Anita Ekberg (quanta fartura...) no famoso banho na Fontana. Achei o filme atualíssimo, tanto que estranhei o fato dele estar em preto e branco...Mostra a decadência de uma high society vazia e imoral. O coitado do Marcello queria ser escritor e acaba completamente envolvido pela modo frívolo de viver daquela época, cuja falta de sentido faz seu amigo- a quem Marcelo nutria inveja pela vida, aparentemente, perfeita- se suicidar e assassinar os próprios filhos. Também me chamou a atenção os fotógrafos parecerem abutres a clicar os famosos, e soube depois que vem deste filme a expressão "paparazzi", já que um dos fotógrafos é "Paparazzo",amigo de Marcelo. O final é triste- por sinal, o filme é beem longo- à beira mar,com um "monstro" morto. Parece que o fim da "doce vida" é amargo...

segunda-feira, 16 de junho de 2008


Fui visitar uma amiga ontem porque ela tinha levado um fora e estava péssima.

Ela tem um cachorrinho lindo, um yorkshire parecido com o meu saudoso Téo. Eis que fui acariciar o bichano e ele virou-se, arrogante e esnobe que só ele, como se dispensasse qualquer carinho. Um cachorro auto-suficiente, quem sabe. Minha amiga disse: "Ele é assim mesmo, não gosta que ninguém toque nele."

Achei esquisito, mas nem liguei. Sou do tipo contra o amor (ou afago) platônico. Saindo de lá, fui à praia e logo que sentei, pra ver o mar, um cachorrinho veio aos meus pés. Ficou fazendo chamego, e quase pedia pra ser alisado ("-aqui,moça,na nuca..."). Alisei, meio com medo de pulga, confesso, mas fiz um carinho naquele amigo do bêbado que dormia, profundamente, na calçada perto dali. O cachorro não saía mais de perto, Santo Deus! Tive que apelar para a mentira, que a gente só usa quando não tem coragem de falar o que sente (como eu ia falar: "-olha,cãozinho, vc é legal, mas eu não gosto de vc.Eu gosto de outro"?- o outro,no caso, é Sofia,minha gata- de quatro patas, faça-me o favor!).

Depois dessa cena,liguei pra minha amiga, que há esta altura já estava gastando a décima caixa de papel. Falei:"-Larga esse teu cachorro mané, vem ver o mar, que aqui tem um monte de bichano carente que só precisa de um dengo pra ficar caidinho,aos seus pés. E vc ainda pode esnobar, dizendo que tem um gato em casa!"

Bom, ela ficou melhor depois, e eu nem sei dizer exatamente o porquê...

sábado, 14 de junho de 2008

Assisti "O sétimo selo" hoje. Filme antigo, do "famigerado" Bergman. Eu ainda estou pensando sobre o diretor ter colocado Deus, o Diabo,o Homem e o Vazio numa mesma perspectiva. "Não há respostas" foi uma das frases que ainda estão ecoando na minha cabeça, assim como ser melhor morrer de amor. Também tem muito do folclore europeu, que eu não conhecia, e achei muito alentador o final com todos os personagens dançando. Mas confesso que não dá para falar do filme, assim, com poucas horas depois de tê-lo assistido.Preciso digerir os simbolismos...
Mas pensei, ao ver que só os saltimbancos apaixonados do filme sobrevivem, naquela trecho do Eduardo Galeano em que ele diz:

"Na parede de um botequim de Madri, um cartaz avisa: Proibido cantar.Na parede do aeroporto do Rio de Janeiro, um aviso informa:É proibido brincar com os carrinhos porta-bagagem.Ou seja: ainda existe gente que canta, ainda existe gente que brinca."

E é essa gente que vive. E sobrevive.

quinta-feira, 12 de junho de 2008

Quem não tem namorado?


"Quem não tem namorado é alguém que tirou férias de si mesmo. Namorado é a mais difícil das conquistas. Difícil porque namoro de verdade é muito raro. Necessita de adivinhação, de pele, de saliva, lágrima, nuvem, quindim, brisa ou filosofia.Paquera, gabiru, flerte, caso, transa, envolvimento, até paixão é fácil. Mas, namorado, mesmo, é muito difícil. Namorado não precisa ser o mais bonito, mas aquele a quem se quer proteger e quando se chega ao lado dele a gente treme, sua frio e quase desmaia pedindo proteção. A proteção dele não precisa ser parruda, decidida ou bandoleira: basta um olhar de compreensão ou mesmo de aflição. Quem não tem namorado, não é que não tem um amor: é quem não sabe o gosto de namorar. Se você tem pretendentes, dois paqueras, um envolvimento e dois amantes, mesmo assim pode não ter um namorado.


Não tem namorado quem não sabe o gosto da chuva, cinema, sessão das duas, medo do pai, sanduíche de padaria ou drible no trabalho. Não tem namorado quem transa sem carinho, quem se acaricia sem vontade de virar sorvete ou lagartixa é quem ama sem alegria. Não tem namorado quem faz pacto de amor apenas com a infelicidade. Namorar é fazer pactos com a felicidade ainda que rápida, escondida, fugida ou impossível de durar. Não tem namorado quem não sabe o valor de mãos dadas: de carinho escondido na hora em que passa o filme: de flor catada no muro e entregue de repente, de poesia de Fernando Pessoa, Vinícius de Moraes ou Chico Buarque lida bem devagar, de gargalhada quando fala junto ou descobre a meia rasgada; de ânsia enorme de viajar junto para a Escócia ou mesmo de metrô, bonde, nuvem, cavalo alado, tapete mágico ou foguete interplanetário.


Não tem namorado quem não gosta de dormir agarrado, fazer cesta abraçado, fazer compra junto. Não tem namorado quem não gosta de falar do próprio amor, nem de ficar horas e horas olhando o mistério do outro dentro dos olhos dele, abobalhados de alegria pela lucidez do amor. Não tem namorado quem não redescobre a criança própria e a do amado e sai com ela para parques, fliperamas, beira d'agua, show do Milton Nascimento, bosques enluarados, ruas de sonhos e musical da Metro.Não tem namorado quem não tem música secreta com ele, quem não dedica livros, quem não recorta artigos, quem não chateia com o fato de o seu bem ser paquerado. Não tem namorado quem ama sem gostar; quem gosta sem curtir; quem curte sem aprofundar. Não tem namorado quem nunca sentiu o gosto de ser lembrado de repente no fim de semana, na madrugada ou meio-dia de sol em plena praia cheia de rivais. Não tem namorado quem ama sem se dedicar; quem namora sem brincar; quem vive cheio de obrigações; quem faz sexo sem esperar o outro ir junto com ele. Não tem namorado quem confunde solidão com ficar sozinho e em paz. Não tem namorado quem não fala sozinho, não ri de si mesmo, e quem tem medo de ser afetivo.


Se você não tem namorado porque não descobriu que o amor é alegre e você vive pesando duzentos quilos de grilos e de medo, ponha a saia mais leve, aquela de chita, e passeie de mãos dadas com o ar. Enfeite-se com margaridas e ternuras, e escove a alma com leves fricções de esperança. De alma escovada, e coração estouvado, saia do quintal de si mesmo e descubra o próprio jardim. Acorde com gosto de caqui e sorria lírios para quem passe debaixo da janela.Ponha intenções de quermesse em seus olhos e beba licor de contos de fada. Ande como se o chão estivesse repleto de sons de flauta e do céu descesse uam névoa de borboletas, cada qual trazendo uma pérola falante a dizer frases sutis e palavras de galanteira: Se você não tem namorado é porque ainda não enlouqueceu aquele pouquinho necessário a fazer a vida parar e de repente parecer que faz sentido. Enlou-cresça."



(Artur da Távola)

domingo, 8 de junho de 2008

Hoje um amigo soltou a frase:"Não agüento mais estudar pra concurso, tô infeliz demais."Eu nem ia dizer muita coisa, porque tem horas em que o melhor aconchego é o silêncio, é saber que a gente pode contar nossas angústias sem tanto medo de ser censurado. Mas confesso que não consegui escutar essa frase sem falar nada. Tirei da minha bolsa esta foto aí e falei: "imagina se ela pudesse estudar pra concurso!".

Eu sei que cada dor é única e só a gente sabe do nosso coração. Mas existem coisas que não podemos esquecer: é de que a felicidade não é algo tangível, é uma escolha. A gente pode escolher buscar essa sensação de plenitude, e para isso, é necessário ser grato ao que já temos.
Tem dias em que nada disso parece possível, mas acredite, a gente precisa ser mais simples.Deixar de imaginar um estado alfa em que tudo é lindo e perfeito. E sobretudo, saber apreciar o que já temos e ser feliz com isso.

Há algum tempo eu aprendi essa lição. Achava que, se eu não dependesse mais dos meus pais financeiramente, seria a pessoa mais feliz do mundo. Eis que Deus me concedeu esse pedido, e nada de extraordinário aconteceu com meu estado emocional. Dizem que até ganhadores de mega-sena depois de algum tempo, voltam ao seu "estado normal". E meu salário então, está bem longe de um prêmio de loteria, hehehe!

Por isso hoje, apesar de eu querer muito realizar meus sonhos, não me julgo infeliz com o que tenho. Sabe-se lá o que o futuro me reserva, e posso querer trocar milhões de reais que uma mega-sena me oferece, por uma tarde de domingo com meus pais, que, infelizmente, não são eternos. Vamos parar de sofrer à tôa, gente!

quarta-feira, 4 de junho de 2008

"Amuada mas obediente, ela se deixava conduzir como uma criança."

(Lygia Fagundes Telles)

segunda-feira, 2 de junho de 2008

Obrigada,Piaf. A música é linda e perfeita.
Non, Je Ne Regrette Rien
Não, Eu Não Lamento Nada
Non, rien de rien
não, nada de nada
Non, je ne regrette rien
não, eu não lamento nada
Ni le bien qu'on m'a fait
nem o bem que me fez
Ni le mal, tout ça m'est égal
nem a dor, tudo aquilo sou eu mesmo
Non, rien de rien
não, nada de nada
Non, je ne regrette rien
não, eu não lamento nada
C'est payé, balayé, oublié
nem o bem que está acabado e esquecido
Je me fout du passé
eu tiro sarro do passado
Avec mes souvenirs
com minhas recordações
J'ai allumé le feu
eu acendi o fogo
Mes chagrins, mes plaisirs
minhas aflições, meus prazeres
Je n'ai plus besoin d'eux
eu não os preciso mais
Balayés mes amours
meus amores idos
Avec leurs trémolos
com seus tremores
Balayés pour toujours
sempre esquecidos
Je repars a zéro
Eu parto com nada
Non, rien de rien
não, nada de nada
Non, je ne regrette rien
não, eu não lamento nada
Ni le bien qu'on m'a fait
nem o bem que me fez
Ni le mal, tout ça m'est bien egál
nem a dor, tudo aquilo eu sou
Non, rien de rien
não, nada de nada
Non, je ne regrette rien
não, eu não lamento nada
Car ma vie, car mes joies
porque minha vida, minhas alegrias
Pour aujourd'hui
para hoje
Ça commence avec toi
começam com você