terça-feira, 30 de junho de 2009

Só lembrando: os comentários são respondidos no mural!
E quem quiser mandar e-mail pra elogiar, esculhambar, pedir conselho, mal falar, fofocar, ou mandar textos para publicar aqui tb pode: viviannefreitas2@hotmail.com.
Ouvidoria Nu Canto: Chique, não?

Verdade e Liberdade


Por muito tempo, por medo de magoar as pessoas, eu falava "mentiras sinceras" , tentando suavizar o impacto de uma verdade. Confesso que até hoje, quando a situação é extremamente delicada, eu ainda invento algumas desculpas, na tentativa desesperada de não magoar aquele que deseja não ouvir o que verdadeiramente se quer dizer.
Mas, ultimamente, tenho preferido respirar fundo e simplesmente ser verdadeira. Os politicamente corretos dirão que esta é a atitude que revela o caráter e a dignidade de alguém, e por isto mesmo, sempre deve ser tomada, independente das circunstâncias. Mas eu ouso dizer que não é fácil. Não é fácil mesmo. Principalmente nos assuntos do coração, que mexem com aquela primeira necessidade básica de todo ser emocional que é saber-se amado. Quando sabemos que somos amados por alguém, é como se, de repente, passassemos a existir. Daí porque é tão fácil, nesses tempos de extrema carência em que vivemos, dizer um 'eu te amo' no fim de um telefonema. Aquela frase, por uma incrível mágica, acaba criando no outro a segurança e o conforto de sentir-se acolhido por alguém, ainda que a frase seja repetida quase de forma mecânica, e por vezes, de verdade duvidosa, apenas para manter uma certa dependência.

Mas vem o outro lado, quando temos a certeza de que não amamos alguém. Quando sabemos que essa verdade é passado (não amei), presente (não amo) e futuro (não amarei)? Como dizer isso a alguém que suplica, sedento, por uma centelha de amor para sentir-se vivo?

Essa talvez seja a questão com a qual eu nunca soube lidar, justamente porque sei o quanto a rejeição dói. Me coloco no lugar do outro e dói em mim saber que vou provocar sofrimento em alguém. Por isso sempre usei dos mais variados subterfúgios para tentar não dizer às claras que eu não estava a fim.

Só que, dia desses, enquanto eu lia ocasionalmente a Bíblia, lá estava a grande saída: "E conhecereis a verdade e a verdade vos libertará." Deus me perdoe, me perdoe mesmo, por estar usando de suas palavras para postar aqui no blog, mas eu não tenho como fugir da preciosidade deste ensinamento. Saber a verdade e não omiti-la é simplesmente, libertador. Não esconder o que se sente, liberta não apenas quem fala, mas principalmente quem ouve. Não mais confusão ou mistério diante dos silêncios ou das desculpas, sabe-se enfim, a verdade.

Talvez se conseguíssemos falar o que sentimos, muitas carências, traumas e solidão seriam resolvidos. Até mesmo porque silenciamos também em dizer ao outro o quanto ele é importante para nós. Às vezes, nos meus extremos de solidão, eu chegava a pedir aos meus amigos e namorados que me escrevessem cartas e depoimentos virtuais, na tentativa de saber sim, que eu era amada, e muitos me chamavam de carente. Pode ser, mas ainda assim, gosto da verdade. A verdade sempre me libertou. Se você pode me dizer o quanto eu sou importante, porque deixar que eu pense que eu não valho muita coisa?

No reverso desse lado, temos o quanto é importante também, dizer que não, não amo, não quero, não tenho interesse. E dar ao outro a possibilidade de se libertar para encontrar alguém que verdadeiramente o ame. Nada de "relações de bolso", que são aquelas em que vc sabe que não quer amar o outro, mas o deixa ali, no bolso, para caso mude de idéia. Não temos esse direito.

Peço desculpas ao Cazuza,mas "mentiras sinceras não me interessam"...

sábado, 27 de junho de 2009


Fiquei orgulhosa de mim hoje. Aprendi, sem alarde, a não repetir mais os mesmos erros, e consegui fazer diferente. Consegui, em meio a mais uma turbulência na vida, a respirar e dizer: "vamos em frente". A angústia, ansiedade e medo, esses três irmãos infelizes, não conseguiram me acelerar em ritmo descompassado. Porque chega um grande dia em que você descobre que tem um imenso poder nas mãos. O poder de decidir o jeito mais ameno e mais calmo de lidar com as coisas, porque definitivamente, nada é eterno, tudo se esvai sem que possamos deter. Não adianta tentar encaixar à força o que não nos cabe. Aprendemos essa lição de maneira tão clara que chega a se confundir com insensibilidade.Mas não é. É sensibilidade além do usual. É saber que a vida se desenrola em ciclos, e através das marcas que cada início ou cada fim nos deixa, podemos ver com clareza a diferença entre as duas coisas.

Antes, por imaturidade, ou até mesmo falta de poesia em ver a beleza por trás dos tempos, escapamos de ser melhores, ou deixamos que aquela centelha de felicidade nos fuja. Hoje, não. Hoje tenho a obrigação de olhar além, de saber que nenhum desespero ou apego exagerado é bom, porque aprendemos que tudo na verdade, está onde deveria mesmo estar, como se tivesse sido milimetricamente planejado, mesmo que achemos que nossas dúvidas desviaram o rumo das coisas. Não.

Nunca acreditei no determinismo do futuro e do destino, mas acabo aceitando, placidamente, que a espera é algo que sempre nos traz boas e felizes surpresas. E cá, pra nós, é como se tudo tivesse sido planejado mesmo. Mas só as coisas boas. Porque eu realmente não acredito no Deus do castigo que leva os bons antes da hora. Isso sim, é acaso. Acredito que temos um caminho de retorno, em busca do que nós verdadeiramente somos, e que, por descuido, perdemos. Com o tempo, o precioso tempo, vamos nos reconhecendo nos lugares que nos deixamos, e que sempre foram nossos, ainda que nunca tivéssemos ido até lá. Vamos nos descobrindo naqueles jardins secretos, na música que fala ao coração, no poema nunca lido, no sentimento desconhecido. E eu não me canso dessa busca.


"Deus nos dá pessoas e coisas, para aprendermos a alegria...

Depois, retoma coisas e pessoas para ver se já somos capazes da alegria sozinhos...

Essa... a alegria que ele quer."

(J.Guimarães Rosa )


p.s: Por falar em Guimarães Rosa, soube hoje, na Tv Senado, que quando ele era cônsul do Brasil na Alemanha, em plena 2ª Guerra Mundial, acordou de súbito em uma noite, com uma vontade desesperada de fumar. Vestiu o casaco e foi até um bar que ficava aberto até tarde e comprou um maço de cigarros. Quando voltou, seu prédio tinha sido bombardeado. O cigarro, literalmente, salvou sua vida...

"É dificil perder-se. É tão difícil que provavelmente arrumarei depressa um modo de me achar, mesmo que achar-me seja de novo a mentira de que vivo."


Clarice Lispector.

quinta-feira, 18 de junho de 2009

Meus anticorpos me odeiam. Quando é véspera de qualquer coisa, mas qualquer coisa mesmo, desde casamento de anão até eleição de presidente de SAB (ainda existe? hehe), eles resolvem simplesmente, aproveitar a festa com antecedência e não trabalham. Desta vez, estou com conjuntivite. Acordei parecendo o Mike Tyson quando apanhou do Holifield e ficou com um olho inchado e o outro aberto. Até chorei p/ ver se não eram lágrimas acumuladas, mas não surtiu efeito. É, parece que no São João eu vou ter que rezar mesmo é pra Santa Luzia dar um jeito nos meus "zólhos". Isso é o que eu chamo de verdadeiro "mau olhado"...vixe.

Como é de praxe nessa época, aí vai um cordelzinho: (Um ótimo blog pra quem gosta de xilogravura é o "blog.jvicttor.com.br", com lindos trabalhos do artista, como este abaixo)

A menina dos zói
Quando a moça adormeceu
Viu, sem ver, o rapaz
Ficou,enfim, em paz
Mas abriu um olho e percebeu
Que ele não estava lá

O outro olho se recusou
a se abrir pro outro caminho
preferia ficar sozinho
mas continuava tristonho
e perseguiu no sonho
a volta do amado
ele tava do outro lado
do olho que se abriu

E a moça ficou tonta
sem saber o que fazer
se ia pra trás ou pra ponta
quase a enlouquecer
Mas de repente apareceu
a Santa Milagrosa
e depois de tanta prosa
uma pomada ofereceu

A moça esfregou e pediu
pra não ficar cega,
oferecia muita reza
se a Santa lhe curasse
que uma solução mostrasse
pro problema que surgiu

A pomada era potente
e fez a coitada enxergar
que o problema era esperar
pra ser feliz pra sempre

A moça precisava urgente
ver só o que lhe bastava
só assim a paz lhe alcançava
e ela ficou toda contente

Agradeceu a Deus, o bom pastor
e o outro olho se abriu
queria ver o balão que subiu
que chamaram de esperança
e que nem uma criança
a moça chorou e sorriu
e nem lembrou mais que sentiu
aquela dor, enfim, passou.

quarta-feira, 17 de junho de 2009

Nu TOP!

Não sei quem indicou o Nu Canto, mas recebi um e-mail hoje dizendo que nosso blog querido havia sido indicado e que eu devia fazer o cadastro para participar. Fiquei muitíssimo feliz, muito mesmo, e queria saber quem foi essa pessoa tão legal que apareceu lá pra indicar meu e-mail! Puxa, sei que nosso canto aqui não tem muita chance de ganhar, mas só de ter leitores tão bacanas, ele já é um grande vencedor!!! Prometo postar mais, prometo! E pra quem quiser votar no blog, aí do lado tem o link! E se a gente ganhar, eu vou fazer uma festança daquelas, ao vivo, com todo mundo. Ah,e deixem logo o e-mail de vcs aí, com informações sobre suas pessoas (vai que isso aqui se transforma em blog casamenteiro...). Beijos, gente. E obg, mesmo!!!!

terça-feira, 16 de junho de 2009

"Meu Deus, não sou muito forte, não tenho muito além de uma certa fé - não sei se em mim, se numa coisa que chamaria de justiça-cósmica ou a-coerência-final-de-todas-as-coisas. Preciso agora da tua mão sobre a minha cabeça. Que eu não perca a capacidade de amar, de ver, de sentir. (...) Que eu não me perca, que eu não me fira, que não me firam, que eu não fira ninguém. Livra-me dos poços e dos becos de mim, Senhor. (...) Sinto uma dor enorme de não ser dois e não poder assim um ter partido, outro ter ficado com todas aquelas pessoas."

(C.F.Abreu)

segunda-feira, 8 de junho de 2009

"Não sou feliz,mas tenho namorado"


Aos que já viram a peça "Não sou feliz, mas tenho marido" (cuja autora é minha xará argentina, Viviana Goméz) me perdoem pegar esse título emprestado, mas acho a idéia simplesmente genial. Ainda não vi o monólogo, mas me permito tecer algumas considerações sobre o que tenho visto por aqui: ter um namorado (noivo, peguete ou tantas outras derivações) às vezes é mais uma forma de ter sucesso perante os outros do que verdadeiramente se sentir feliz.

Observo muitas mulheres infelizes com as relações que tem, mas que não abrem mão de jeito nenhum de ter um parceiro, por mais "tampão" que ele seja. É como se servissem apenas para mostrar à platéia: "olha só, tem alguém que me quer" e incutir nas solteiras-sozinhas uma idéia de fracasso que, definitivamente, é estúpida.Mas existe. E o pior: surte tanto efeito, mas tanto efeito, que por vezes, vejo mulheres maravilhosas que deviam ter um parceiro à altura, se contentando com um brucutu qualquer que acham que período fértil é assunto de agricultor.

Eu entendo perfeitamente que medos existem,e talvez o mais comum entre eles seja o medo da solidão. Mas não consigo classificar namoros estéreis como tentativas de fugir de tal receio porque eles conseguem transformar o medo em realidade: ter apenas um "namorado" pode ser muito mais solitário do que ser solteira.

E é fácil perceber o quanto mulheres (e homens) caem nesta armadilha. Basta uma olhadela em um shopping. Vemos casais que não se olham, não se tocam.Mulheres cansadas de ouvir seus companheiros, como se eles fossem um fardo, uma "cruz que deve ser carregada" como tantas dizem. Homens que não se cansam em adiar noivados, casamentos, por simples medo de terminar a relação e não encontrar "uma mulher direita", ou então correr o risco de que outro saiba valorizar a mulher por quem já não sentem paixão alguma.

Não jogo pedras nesse tipo de comportamento simplesmente porque sei que é uma atitude quase isenta de culpa. Se todos dizem que "é impossível ser feliz sozinho", o que todo mundo quer é encontrar alguém para amar e se sentir amado, como pressuposto de felicidade.

Mas é nisso que devemos focar: na felicidade. E não digo que relacionamentos são garantia de felicidade permanente, porque, definitivamente, não são. Mas alguns nos proporcionam uma possibilidade concreta de nos sentirmos melhores, a partir do olhar do outro sobre nossas belezas ocultas. Isso é o que todo mundo busca, e com razão. O que não podemos, de jeito nenhum, é nos conformar com uma tentativa, porque ela é só uma tentativa!

Ouço muitas frases do tipo: "Não tenho coragem de entrar pro mercado de novo, ter que ir pra balada, conhecer, esperar um tempão de namoro de novo..." ou "Vou casar com esse mesmo, porque hoje em dia homem bom tá difícil" ou a clássica "quando a gente casar, melhora". E o resultado, a gente já prevê..."Não sou feliz, mas tenho marido". E se já era difícil terminar um namoro, imagine um casamento...e lá se vem filhos, responsabilidades, e o tempo se encarrega de nos perguntar um dia: "Mas o que foi que você fez?". Aquelas pessoas a quem queríamos impressionar não pagaram a pena. Fomos nós. A vida era uma só, e não nos demos conta disso.

Fizemos escolhas esperando ser felizes no futuro, e no trajeto, fomos infelizes. E o pior: a felicidade dos romances medievais não veio. Valeu à pena?
Mulheres esperam, homens também. Mas são esperas diferentes. Mulher espera se apaixonar pelo mesmo homem de novo. Busca que ele queira isso e faça surpresas, transforme-se, e vai levando a relação esperando o milagre do encantamento acontecer de novo. Homem, nesse estágio de tédio, só espera uma nova paixão. E basta aparecer uma mulher que lhe devolva os batimentos cardíacos para ele ter coragem de acabar a antiga relação. Eu sei que parece simplista, mas é assim que acontece. E de um jeito ou de outro, alguém sofre, por algo que poderia ser evitado.

Ser solteiro não significa, de modo algum, ser só. Não falo de "ficantes" que sufocam a solidão, e sim de nós mesmos, de descobrir nossas próprias belezas, de nos apaixonarmos por tudo aquilo que é bonito em nós e não tínhamos tempo para perceber, simplesmente porque nos acostumamos a ouvir do outro. Talvez as melhores relações venham justamente com o auto-conhecimento, que nos permite não termos mais medos nem inseguranças, pois já sabemos do quão somos valiosos.

Quando a gente aprende a tirar o cascalho e ver que por debaixo dele,há uma pedra valiosa, não temos mais que nos submeter a preços de bijouterias. Já sabemos do nosso valor e só aceitaremos ser levados por quem souber nosso preço, por quem tiver o trabalho de pegar uma lente e examinar cada detalhe nosso que faz de cada um de nós uma peça rara e valiosa.

Que o dia dos Namorados seja mais que uma data comercial. Seja o dia em que você examine,com cuidado,se antes de ter alguém do lado, você está enamorado de si mesmo. E se tiver alguém, se ele é mesmo "namorado", se tem "amor" no meio. Se estiver solteiro, aproveite para se tornar a pessoa que você quer encontrar.

Por fim,esqueçamos tantos medos.

Porque medo maior é mesmo o de não ser feliz!

quarta-feira, 3 de junho de 2009

Fiquei tão feliz com os últimos comentários de vocês que vim aqui só pra atualizar esse nosso canto. Me sinto até meio responsável por fazê-lo, já que acredito no que a raposa disse ao pequeno príncipe (lembram, né?). E só pra colocar mais uma lenha nisso, saibam que vocês também me cativaram,e são extremamente responsáveis por este blog. Bel, querida, claro que lembro de vc, e ler seu comentário foi uma "epifania", dessas que nos fazem não saber bem o que dizer...muito obrigada.
Para os fiéis escudeiros que comentam sempre, só me resta agradecer muito mesmo porque são vocês que mantém a chama dialética acesa. E para os que leem, mas não comentam, também o mesmo agradecimento, pela mesma lógica, ainda que a chama acenda pelo "impulso vital". ;)
***
Enfim,muita coisa acontecendo nesta semana me fez pensar em uma infinidade de assuntos pra conversar aqui. Talvez falar que, depois de me mudar de novo (em pouco mais de um ano, seis vezes...) e ficar doente mais uma vez ( em pouco mais de um ano, seis mil vezes...), eu poderia dizer que mesmo assim, ainda não cansei de mudar, e rezo para que eu não descanse tão cedo. O fato de estabelecer uma moradia, conhecer cada pedaço de um lugar, conhecer os vizinhos, comprar mobília nova, e depois vender, começar tudo de novo, me faz mais bem do que me cansa. Me sinto viva e mais disposta, apesar do cansaço (esse assunto a gente conversa no próximo post) . Comungo do mesmo pensamento de Guimarães Rosa:
"Mire e veja que o mais importante e bonito do mundo é isto: que as pessoas não estão sempre iguais, ainda não foram terminadas, mas que elas vão sempre mudando. Afinam ou desafinam."
Mas é inevitável não pensar na tragédia que interrompeu a busca de 228 pessoas. Ao ver na TV (pois é, as pessoas mudam rápido!) a história de cada passageiro, lembrei do livro "Por quem os sinos dobram", do Ernest Hemmingway, em que ele fala:"Quando morre um homem, morremos todos, pois somos parte da humanidade." Fiquei pensando que talvez este seja o motivo que faz as pessoas entrarem em estado de contemplação e consternação, e um movimento de saber quem eram as vítimas e quais suas histórias de vida dê tanta audiência: vemos o quanto é triste histórias acabarem sem entendermos o final. Como entender que o casal em lua-de-mel não foi feliz pra sempre? Como interpretar a morte de alguém que levou uma vida para conhecer Paris, e foi interrompido há poucas horas de chegar lá?
Ficamos consternados por não entender e ao mesmo tempo, sabermos que nossa história também será interrompida, sem que possamos descobrir em qual capítulo será. E "quando morre um homem, morremos todos" porque uma parte dos nossos sonhos também morre, sobretudo o de achar que a eternidade é certa. Pode ser que não.
"Somos parte da humanidade" e isso nos une aos que já foram e aos que ainda virão, na busca para que os sonhos possam ser realizados antes de serem interrompidos. Acidentes como esse, assim como as milhares de "interrupções" que acontecem todos os dias devem servir para nos ensinar a morrer. Devemos não parar de escrever nossos capítulos, não deixar páginas em branco, fomentar enredos, personagens, colocar paixões, tristezas, suspense e tudo aquilo que faz de um livro algo memorável e digno de ser lido por outras gerações, ainda que inacabado.
Sejamos então incansáveis em viver. Lembro agora do livro "A menina que roubava livros", em que a "Morte" escreve:
"Às vezes eu chego cedo demais.
Apresso-me,
e algumas pessoas se agarram
por mais tempo à vida do que seria esperável."