sexta-feira, 21 de setembro de 2007

And so it is...

Lembro que o Caio Fernando Abreu uma vez escreveu que era natural as pessoas se encontrarem e se perderem. Eu concordo com ele. Só não acho natural as pessoas, ao se encontrarem, desejarem logo a perda rápida, indolor, enquanto há tempo. Não sei se é medo de ser feliz por um instante e amargar o fim depois, mas a questão é até que ponto essa proteção vale a pena. Mas eu não quero ter vergonha de nada que eu seja capaz de sentir.E aprendi,depois de tanta coisa, a manter a paz de espírito com a certeza de que cada um faz suas próprias escolhas, e ninguém tem o direito de julgá-las. Muito menos eu. Mas eu ainda torço pelos encontros. As perdas são necessárias, mas ainda acredito que perder antes de se encontrar é perder duas vezes. Quero ir pelo lado contrário. Porque sei que é preciso lutar contra a solidão medonha que independe de se estar do lado de alguém. A incompreensão das coisas e o inesperado me fazem me sentir viva, pulsando. É o que esse autor também fala...na "beleza insuportável da coisa inteiramente viva", diante dos nossos olhos. Infelizmente, muitas vezes agimos como o trapezista que só repara na ausência de rede depois do salto lançado. É a vida. Encontros e Desencontros.Perdas e Ganhos. Escolhas e Renúncias. Não é à tôa que tais títulos fazem sucesso. Quem nunca se desencontrou para encontrar, perdeu para ganhar, escolheu e deixou outras possibilidades? Nunca se sabe para quais destinos essas escolhas nos levam. Mas eu tenho uma bússola que me ajuda, que pulsa aqui dentro do lado esquerdo do peito, guiando pelo caminho que ela quer. E é um atalho complicado. Porque, por vezes, ela luta contra uma diretriz poderosa e tantas vezes imbatível, que é a força da razão. E aí, meu amigo, nem sempre o coração sai vencedor...e ileso.

Como diria o Caio Fernando,

"Que coisas são essas que me dizes sem dizer, escondidas atrás do que realmente quer dizer?"

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