segunda-feira, 4 de fevereiro de 2008

Puxa, estava sentindo falta do blog. Mas a falta de inspiração e de computador não ajudam muito a mudar a situação. Não sei se alguém aqui já passou ou ainda passa pela fase do "e agora, eu faço o quê?" que aflige tanta gente depois da formatura, mas o fato é que eu tô achando tudo péssimo. Faz 1 ano que me formei em Direito e jamais pensei em ficar tanto tempo sem rumo. O mercado está inflado, os escritórios pagam pouco, os concursos são mais concorridos que Mega-Sena e a pressão só aumenta. Meu primo terminou o ensino médio agora e não quer fazer vestibular. Eu até dei força p/ ele, mas o pilantra não precisava justificar na frente de todo mundo: "-Pra quê se lascar todinho p/ entrar em Direito, ficar 5 anos lendo um mói de livro p/ depois 'tá' como Vivianne, formada e sem dinheiro?".Todo mundo se calou, inclusive eu.É f..., mas é verdade.O negócio tá brabíssimo. E eu que deixei de fazer jornalismo por medo do desemprego, hehehe... Esses dias eu li um artigo de uma pesquisadora americana que sustenta veementemente que o ensino superior é uma perda de tempo.Bom, no Brasil,infelizmente, tornou-se pré-requisito de quase todo emprego (incluindo o de PM de Brasília...). Só que o crescimento de um país não necessariamente está ligado aos investimentos em educação, segundo a pesquisa. Países que investiram maciçamente em educação nem sempre tiveram aumentos nos índices de crescimento, justamente porque esqueceram que "formados" precisam de mercado para trabalhar. No Brasil, as pesquisas apontam números distorcidos: gasta-se muito mais com aluno do ensino público superior que com os alunos do ensino básico. E não é nenhuma surpresa que quem está na universidade pública são os melhores alunos das escolas particulares. São contra-sensos do Brasil. E como não poderia deixar de ser, minha família é brasileiríssima e minha prima, que terminou o ensino médio agora, ganha R$1.200,00 como gerente de uma loja de motos,meio período, enquanto um escritório me ofereceu R$800,00 para trabalhar o dia inteiro, como advogada (?). Vai entender...

4 comentários:

Anônimo disse...

Posso abrir uma exceção no meu escritório... Salário de
R500,00?? Topa?...rs
Te entendo perfeitamente. Passei por isso no início da carreira.E constato mais uma vez que as faculdades formam profissionais, mas não formam os empresários.É que pra vc exercer sua profissão, é necessário entender que paralelo vc irá exercer papel de empresário , ou seja, ter o próprio negócio ou mesmo que se dedique a um escritório de terceiros... A pessoa se forma e vai pro mercado sem saber por onde e como começar.Fora isso, tem toda essa problemática de pessoas e mais pessoas ingressando diariamente no mercado de trabalho (?).
Lendo seu post, acho que vou escrever sobre isso.
No mais tenho a te dizer: não desista! Persistência é fundamental, e não se sinta um peixe fora d'agua. Muitos passam esse conflito, assim como eu tb já passei.Tenho certeza que logo vc acerta.
bj.

Marcelo disse...

E aê, Atucha! Eu, morrendo de sono, às 00:40h de uma terça-feira de carnaval, resolvo dar uma passar rápida por aqui e acabo dando de cara com um comentário tão real na minha vida... :D

Mas ouso discordar da senhorita. Ou melhor, ouso concordar mas explicar o problema. Pode ser? :P

Na verdade, devemos nos esforçar para pensar diferente, pois tudo que estamos vivendo é muito óbvio.

Quem quer advogar tem mesmo que trabalhar muito no começo, é claro, e, normalmente, ganhar pouco, pois é ilógico exigir que um profissional liberal (o advogado empregador) pague a outro profissional liberal (o advogado empregado) rios de dinheiro, em prejuízo próprio, quando era a sua vez de, depois de muito tempo, ganhar rios de dinheiro.

Com todo profissional liberal é assim (meus pais são dentitas). Quem quer ser um tem que correr atrás, fazer um nome, fazer bem feito... e, como tudo na vida, isso demanda tempo e esforço.

Por outro lado, existe o caminho dos concursos. Este também é árduo, apesar de mais cômodo. O concurseiro tem é que estabelecer um alvo, estudar estrategicamente, esperar a sua hora e, um dia, passar.

São caminhos opostos, ou nem tão opostos, mas cujo percurso se torna menos cansativo e lento quando se opta por apenas um deles. Eu e você, pelo visto, escolhemos o segundo.

Ah, sei lá... ao vivo seria mais fácil de explicar o que penso. Se por blog é complicado se expressar, imagine você por um comentário em um blog! :D

Só sei que, escrevendo este comentário, eu acho que não estava respondendo o seu, mas sim respondendo os meus próprios questionamentos. :)

Só não esqueça de uma coisa: sempre foi assim! Esta sociedade imediatista é que fica nos torturando ao nos fazer pensar que tudo mudou...

Ponto final. Às 00:53h. Deixa eu dormir, Viviane. :D

PolianaUrtiga disse...

ui...
são tantos medos que, até então, eu achava que eram dramas vividos apenas por mim.. ¬¬

Luana Magalle disse...

É, Vi...

O tempo passa, as incertezas permanecem e, pior, crescem!

Não tenho dúvidas de que quando nos decidimos, seja qual for a escolha feita, o universo conspira anosso favor!

E o seu tá conspirando! =)

bjos