quinta-feira, 27 de dezembro de 2007

"Nós gatos já nascemos pobres, porém já nascemos livres..."


O fim-do-ano é uma época em que eu sempre fico meio deprimida. Isso não é incomum, e mesmo que o ano tenha sido bom (ou ótimo), essa sensação teima em aparecer. É como se pudéssemos enfim, parar e ter certeza que o tempo está passando e levando nossa vida aos poucos. A mãe de Jamil faleceu na noite de Natal. Meu sobrinho vai nascer no ano novo. Contrários. Partidas,Chegadas. Fim e Começo. Recomeço. Para desanuviar esses sentimentos de finitude, só mesmo a esperança em dias melhores. Vovó diz que os "Freitas" não esmorecem, sempre recomeçam mesmo diante das grandes quedas. Minha avó é uma mulher forte. Gostaria de ter toda essa fortaleza em mim, principalmente nessa época, mas às vezes é difícil.


Antes que eu jogasse a toalha,porém, Deus me mandou uma gatinha (isso mesmo,uma gata!) persa, branca como a nuvem e linda como são todos os filhotes. Eduardo,amigo de Daniel, me deu a filha de Baruc e Bellinha, a mais sapeca de todas.Ela chegou ontem aqui em casa.Logo eu, que não suportava gatos, me apaixonei por uma(A vida e suas surpresas...).De repente, me pego preocupada com a direção que Sofia toma, se ela vai se machucar, se ela está feliz, se já se alimentou. Mas o destino dela, infelizmente, não há como eu escolher. O máximo que posso fazer é ensiná-la os caminhos certos e preveni-la de que as tomadas são perigosas.


Quando ela vai pro banheirinho dela depois que eu ensinei, me sinto recompensada. O bom é que mesmo quando ela erra, eu sorrio, compassivamente. Sei que um dia ela aprende.


Deve ser assim que Deus age conosco. Chegamos com um propósito (no caso de Sofia, ela veio pra alegrar meu fim-de-ano) e vamos descobrindo a vida aos poucos. Deus nos ama mesmo quando erramos o caminho. E nos recebe de braços abertos quando voltamos machucados ou em estado de choque pelas estradas erradas em que andamos. O bom disso tudo é que o amor de Deus por cada um de nós é muito maior que o meu por Sofia. E se eu já me alegro quando ela brinca com o barbante, esquecendo da dor de ter se separado da mãe, imagine o que Deus sente quando nos sentimos esperançosos em dias melhores...mesmo diante do fim. Do ano.

2 comentários:

Unknown disse...

Belo texto.Mas o nome dessa gata...sei não. O nome dela é Nevinha...espero que faça você sorrir muito.E que esse fim de ano seja muito mais de alegrias.Beijo.

Unknown disse...

Que belo jeito de interpretar as coisas...:)