
Então, o jovem jardineiro pensou na estratégia de deixar apenas uma das espécies naqueles vasos menores, e transferiu as outras, mais delicadas e raras, para um grande vaso.
Podou cada uma delas e deixou apenas as sementes das três convivendo no mesmo espaço. Dizia que a semente continha o essencial, o mais importante para que cada uma delas pudesse se desenvolver. Assim, as três sementes estavam no mesmo espaço,embora não entendessem por quê. Cada uma não se conformava por ter sido retirada dos respectivos vasos.
"-O meu vaso era meuuuu, eu que tinha de estar lá!", dizia uma.
"-Agora só quero mostrar para aquele vaso caquético que brevemente estarei em um de porcelana, muito melhor...", bradava outra.
"-Eu era muito simplória para um vaso tão perfeito..." , chorava a outra.
Passaram alguns meses falando de suas histórias. Não notavam que, a cada dia, cresciam.
A terra era fértil e o jardineiro assegurava a força do cultivo. Adubava, regava somente de vez em quando, para que elas percebessem que, para sobreviver nas horas mais secas do dia,elas precisavam encontrar a força acumulada no interior de cada uma. Quando começaram a crescer, viram que suas semelhanças ajudavam a conquistar suas diferenças. Cada uma podia se desenvolver conforme o sol, para um lado ou outro já que a terra favorecia a individualidade, ao mesmo tempo em que abrigava suas fragilidades, como uma estufa que acolhe as espécies nas horas de frio.
Após quase um ano, as três espécies se desenvolveram tanto que não cabem mais no mesmo vaso. Tristes, percebem a hora de se despedir.O Jardineiro já sinaliza as mudanças e prepara um novo vaso, maior, para cada uma de suas espécies raras. Em cada um deles, pôs o adubo do amor, a água da esperança, a consistência da fé. Arrumou cada um em uma prateleira ampla, mais alta, sobre a qual é possível enxergar as demais espécies de longe, como partes de um jardim que se completa.
No último dia em que estavam no mesmo vaso, perceberam no que haviam se transformado. Depois de sair de vasos partidos e entristecidos, podaram as dores e mágoas, fortalecidas pelas raízes da amizade, regadas com paciência e amor pelo jardineiro, descobriam-se lindas flores... uma era um lírio rosa, outra um girassol, outra uma orquídea.
O plantio chegou ao fim, e agora, abre-se o tempo da primavera, em que certamente essas pequenas flores desabrocharão... em todo seu esplendor.
5 comentários:
Lindo!!
Não há como comentar! Faltam palavras e inspiração! =)
Obg a vc, Vivi Lírio Luft!
Um grande beijo!
P.s.: publica logo esse livro!!!!
perfeito! lindo!........ concordo com Luana... comentários são poucos!........
vc de forma linda colocou as nossas histórias aí.
obrigada ao girassol e ao lírio.
bjuuuuu!
"Gerânio"
Marisa Monte
Ela que descobriu o mundo
E sabe vê-lo do ângulo mais bonito
Canta e melhora a vida, descobre sensações diferentes
Sente e vive intensamente
Aprende e continua aprendiz
Ensina muito e reboca os maiores amigos
Faz dança, cozinha, se balança na rede
E adormece em frente à bela vista
Despreocupa-se e pensa no essencial
Dorme e acorda
Conhece a Índia e o Japão e a dança haitiana
Fala inglês e canta em inglês
Escreve diários, pinta lâmpadas, troca pneus
E lava os cabelos com shampoos diferentes
Faz amor e anda de bicicleta dentro de casa
E corre quando quer
Cozinha tudo, costura, já fez boneco de pano
E brinco para a orelha, bolsa de couro, namora e é amiga
Tem computador e rede, rede para dois
Gosta de eletrodomésticos, toca piano e violão
Procura o amor e quer ser mãe, tem lençóis e tem irmãs
Vai ao teatro, mas prefere cinema
Sabe espantar o tédio
Cortar cabelo e nadar no mar
Tédio não passa nem por perto, é infinita, sensível, linda
Estou com saudades e penso tanto em você
Despreocupa-se e pensa no essencial
Dorme e acorda
vivi vivi e seu dom com as palavras...
tudo tão lindo!!
e assim como as meninas, eu tb estou esperando o seu livro!! hehe
bjuuuuuus
Sem comentário, só kero me solidarizar com as meninas para q se publique logo esse livro pq kero logo uma xerox (brincadeira).
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