
Bem, com o perdão dos gaúchos, se vcs repararem, a doceria é de Pelotas-RS...
E todo mundo deve achar que isso é o melhor que poderia me acontecer, por causa da saudade que eu espalhava aos quatro ventos. Mas confesso que sou uma reles humana, e alguns humanos geralmente não sabem bem o que querem. Acostumam-se com o conhecido, amam o confortável, desejam o esperado. Mudar de novo, ao mesmo tempo que instiga, assusta. Fico imaginando que meu coração fica perguntando à minha mente: "-Mas o que diabos está acontecendo? Por que estou sentindo de novo um sentimento de despedida, de saudade, de amor, de perda, de alívio? O que é isso?"
Eu acho que poderia responder ao coração dizendo que isso se chama vida. Um caminho que se faz a cada dia, quando não nos cansamos com o primeiro passo. Ninguém sabe ao certo onde o caminho nos leva, mas é certo que é preciso caminhar, seguir em frente rumo ao que nascemos pra ser. Se a gente se acomoda com o que nos é conhecido e confortável, talvez o nosso destino seja a resignação de nos tornamos só uma terça parte do que verdadeiramente somos.
A filosofia budista assegura que Deus tem um caminho para cada um, permeado de felicidade, saúde, sucesso. Se insistirmos em seguir caminho diverso, jamais experimentaremos o que Ele nos reservou. Se você nasceu pra ser cantor, e teima em ser bancário, você não vai ter a vida que merece. E ninguém há de dizer "-Mas foi Deus quem quis" ou "-Esta é minha sina". Eu não acredito nisso. Acredito em destinos traçados sim, mas pelo esforço, pela coragem, pela decisão de aceitar que se nada deu certo, não há outro culpado senão nossas próprias escolhas.
Não quero dizer com isso que as mudanças não dão calafrios na espinha. E é por isso que mudamos junto com elas. Não tem preço que pague a possibilidade de mudar. E o bom é que as possibilidades existem o tempo todo, bem à nossa frente, sem que a gente perceba.