domingo, 1 de fevereiro de 2009

Tempo, mano velho...

Muita gente me pede para eu ter paciência e saber esperar o tempo certo das coisas. Eu sou afoita e teimo em fazer que as coisas dêem certo a tempo. Acho que por muitas vezes a paciência mata uma incipiente coragem, quase sempre necessária. Não sei pra quê e o por quê de tanto se valorizar a paciência quando a vitória incerta, o ritmo descompassado, e os sucessos inesperados dão tanto sabor à vida. Pra mim, um dia é muita coisa. Deus que me perdoe, mas lembro de uma estratégia de marketing (humor negro, admito) de um jornal que mostrava a foto do "antes e depois" do 11 de setembro, e dizia:"Um dia dá pra muito. Imagine o que pode acontecer em três meses."


E eu nem imaginava o que dava pra acontecer em 1 ano! Mas, seja como for, sigo acreditando que a gente pode fazer com que o tempo e o mundo passem de inimigos* para amigos. Não ter muita "paciência" não significa atropelar as coisas, pelo contrário. É fazer o caminho para que elas tenham por onde passar. Saber esperar é um dom, e saber agir é outro. Os dois são igualmente importantes, mas acho que o "saber esperar" só cabe depois do "saber agir". Sempre esperei muito na minha vida. Ainda espero. Talvez, espere sempre. Mas uma coisa é certa: eu sei que o compasso de espera só é admitido depois do passo da busca.

p.s:*Aliás, nunca achei que o tempo e o mundo fossem inimigos, como já ouvi muita gente falar. Infelizmente, o único inimigo que eu tenho eu vejo todos os dias, no espelho...

Um comentário:

Andréa disse...

Resposta ao Tempo
Nana Caymmi
Composição: Aldir Blanc/Cristovão Bastos

Batidas na porta da frente
É o tempo
Eu bebo um pouquinho
Prá ter argumento

Mas fico sem jeito
Calado, ele ri
Ele zomba
Do quanto eu chorei
Porque sabe passar
E eu não sei

Num dia azul de verão
Sinto o vento
Há fôlhas no meu coração
É o tempo

Recordo um amor que perdi
Ele ri
Diz que somos iguais
Se eu notei
Pois não sabe ficar
E eu também não sei

E gira em volta de mim
Sussurra que apaga os caminhos
Que amores terminam no escuro
Sozinhos

Respondo que ele aprisiona
Eu liberto
Que ele adormece as paixões
Eu desperto

E o tempo se rói
Com inveja de mim
Me vigia querendo aprender
Como eu morro de amor
Prá tentar reviver

No fundo é uma eterna criança
Que não soube amadurecer
Eu posso, ele não vai poder
Me esquecer

Respondo que ele aprisiona
Eu liberto
Que ele adormece as paixões
Eu desperto

E o tempo se rói
Com inveja de mim
Me vigia querendo aprender
Como eu morro de amor
Prá tentar reviver

No fundo é uma eterna criança
Que não soube amadurecer
Eu posso, e ele não vai poder
Me esquecer

No fundo é uma eterna criança
Que não soube amadurecer
Eu posso, ele não vai poder
Me esquecer


Eu simplesmente amo essa música!! Muito linda!! Tem tudo a ver com o que você escreveu.
Estou passando para deixar um abraço e dizer que sempre que posso venho ler as coisas que você escreve.
Bjosssss