quarta-feira, 9 de janeiro de 2008

Infelizmente, o blog ainda precisa andar a passos de tartaruga. Essa vida de concurseiro é árdua e penosa, mas eu não posso desistir agora.Algo me impele a ir além. Principalmente quando vejo decisões como esta logo abaixo. É nessa hora que sei que meu curso tem que servir para mudar esse tipo de coisa...


"A transexual Roberta Góes Luiz, de 30 anos, afirma que a sensação de estar sem o bebê que criava havia oito meses “é a pior coisa que um ser humano pode passar”. Ela perdeu há três meses a guarda de um menino que cuidava com o companheiro em São José do Rio Preto, a 440 km de São Paulo. O Tribunal de Justiça (TJ-SP) decidiu, a pedido do Ministério Público, que a criança deveria ficar em um abrigo até ser determinada a guarda definitiva.

Roberta faz visitas semanais ao menino e pode passar uma hora com a criança em cada uma delas. “É um sentimento horrível, é a pior coisa do mundo. Só é feliz na hora que eu chego. Ele agarra no meu pescoço, faz um gesto para eu não ir e tenho que suportar ver essa cena, ver tirarem ele do meu colo e não fazer nada. Ver o olhinho triste que ele fica”, contou ao G1.
De acordo com Rogério Vinicius dos Santos, advogado de Roberta, a Justiça de São José do Rio Preto autorizou a guarda provisória da criança com base em um laudo psicossocial. O documento comprovava que ela tinha condições de cuidar do menino. Em recurso ao TJ, no entanto, o promotor da Infância e da Juventude Cláudio Santos de Moraes conseguiu uma liminar que retirou a criança da cabeleireira e a colocou em um abrigo da cidade, onde ficará até a decisão definitiva sobre a guarda.
Segundo a Agência Estado, o promotor alegou que o bebê não pode conviver com um casal "anormal" e não levaria uma vida "normal" sem a presença de um pai e de uma mãe. A manifestação da transexual não comoveu o promotor da Infância e da Juventude, que considerou o ato como "não-civilizado".

"Eles poderiam ter se manifestado no processo, mas não vou mudar minha posição", disse. "Estou zelando pelos interesses da criança e não dos adultos, pois esta criança tem de ter uma família convencional, ser criada por um pai e uma mãe. Imagine como ela ficará revoltada ao descobrir que foi criada por uma família anormal", disse. Segundo Moraes, ele não quer passar por culpado, caso a criança, no futuro, fique revoltada ao saber que foi adotada por um casal de homossexuais. "Ninguém escolhe pai ou mãe, mas numa adoção isso é possível. A criança precisa de pais adotivos que tenham condições morais, sociais e psicológicas. E esse casal, por ser anormal, não tem condições sociais para adotar uma criança, que não é um tubo de ensaio", afirmou. "


Certamente o promotor vive em um país onde a adoção é uma prática rotineira e desburocratizada, além dos abrigos serem espaços onde a criança se desenvolve plenamente, com carinho e amor... O país deve ser aquele em que a Alice se perdeu...

Um comentário:

Anônimo disse...

Concordo com vc, Viviane. Devemos viver em um país onde tudo é maravilhoso. Onde não há problemas.
Já passou da hora da darmos um basta ao preconceito e à indeferença às "diferenças"