terça-feira, 18 de fevereiro de 2014

Sobre o tempo

Fiquei assustada com a lacuna do tempo em que estive aqui. Mas reflete bem minha atual fase: ando meio distante de tudo, mergulhada no universo da maternidade de forma profunda e é bem difícil emergir, ainda que eu queira. Isso anda me assustando tanto que topei fazer vestibular de novo para um curso que sempre quis fazer (quer dizer, um deles...comecei Letras e larguei, começo agora Psicologia e quem sabe, mais tarde, Filosofia...), mas eu divago, todo mundo sabe. 

Passar no vestibular (ganhando uma quase nota máxima em redação), me revigorou um pouco e com um fôlego extra, comecei a me atentar para o fato de que eu ainda existo, mesmo sendo mãe. Acho a maternidade uma experiência intensa demais, e mergulho nela o tempo todo, e talvez essa falta de energia para escrever aqui tenha (tudo) a ver com isso.

Enfim, essa foi só uma introdução sobre meus pedidos formais de desculpas. Não a quem lê, se é que ainda existem leitores por aqui, mas desculpas para mim mesma. Espero que eu me perdoe por tantas vezes desacreditar das minhas letras, das palavras, das ideias. Esse é o meu mundo, embora tantas vezes eu queira ser tão mais prática e objetiva. No entanto, aprendi com Levi, a deixar ser.

Eu o deixo ser, e ele faz com que eu me permita passar o dia com ele sem culpa. Deixando ser, estar, ficar. Talvez neste um ano de vida do meu filho eu tenha aprendido algo que levei 30 anos sem aprender: a não ter pressa, levar a vida em "low profile", ainda que isso me atormente os neurônios e minha mente inquieta e hiperativa. Não que andar devagar signifique uma morte lenta, mas eu precisava deste ano cabalístico de entrar na maternidade de forma intensa e assustadora. Descobri que a vida pode ser lenta e suave, degustada como um licor. Para um ansioso, aprender a esperar é quase como nascer de novo.

Para resumir meu ano, aí está os melhores momentos que vivi e tive a sorte de filmar alguns. Espero que vcs me perdoem em não ter escrito sobre tudo, mas há cenas, como dizia a Adélia Prado, que a memória ama e eterniza. E talvez não haja palavras para decifrar o indizível... Que eu seja bem-vinda de volta! :)


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