sexta-feira, 4 de novembro de 2011

Eu nunca mais escrevi aqui. Não, não vou dizer que é por causa do tempo, do ar, da falta de tempo, da falta de ar. Sou adepta da frase "quem quer faz, quem não quer, arruma desculpa" há muito tempo. Eu ando sumida daqui apenas porque este tem sido um ano extremamente importante na minha vida, para não dizer um dos mais difíceis pelos quais já passei. Mas exatamente por ser difícil, tornou-se um marco, um ano em que cada mês traz consigo uma revelação absurda de verdades que eu até então desconhecia. É preciso tempo para maturar cada ensinamento.

Às vezes sinto como se eu estivesse dirigindo a pleno vapor para um destino conhecido, certo e seguro, e de repente, Deus tivesse tomado a direção abruptamente e estacionado a minha vida embaixo de uma árvore e em frente a um lago, e tivesse me deixado lá, sem a chave. Ele talvez tenha me dito: "Não foi assim que te ensinei a dirigir, minha filha. Você não está prestando atenção nos sinais, a velocidade está acima da média, os passageiros estão sem cintos, descuidados, e você deixou a sua habilitação longe daqui. Além de tudo, atalhos nem sempre funcionam. Fique aí até achar o caminho certo. Quando chegar ao seu destino, me avise que eu volto pra lhe buscar."

Eu, teimosa, mesmo assim, não aceitei que Ele me dissesse como dirigir, afinal, sempre fui uma boa motorista da minha vida, oras. Então, mesmo com um sermão do Condutor-Chefe, eu não fiquei quieta. Eu não refleti sobre nenhum dos erros. Eu só queria continuar meu caminho e chegar ao meu destino.

Então, pensando em como chegar e mostrar a Deus que sim, eu consigo chegar, eu fui atravessar o lago nadando, pois sempre fui uma exímia nadadora. Consegui chegar até o meio, mas a travessia começou a me parecer longa demais para meu fôlego. Nadei ainda mais depressa, na ânsia de que meu orgulho conseguisse me motivar o suficiente para chegar ao outro lado, mas meu corpo sucumbiu. Havia uma correnteza, e ela levou meu corpo cansado exatamente ao local onde eu havia começado: a beira do lago.

Me recompus e torci para que Deus não tivesse visto meu vexame. Me enxuguei e não desisti. A triatleta aqui achou que era a hora da corrida. Comecei a correr pela pista, na esperança de que o destino almejado estava logo ali perto. Mas, mais uma vez, meu corpo não aceitava os comandos da minha mente. Era mais forte que ela. Parecia um problema de mecânica no meu "carro", não de combustível. Eu queria, mas o meu pé doía. Meu joelho. Minhas pernas. Todas as minhas articulações. Então eu voltei para o mesmo lugar.

Fiquei ali parada, embaixo daquela árvore, sem saber bem o que fazer. Sem saber o que pensar.

Fiquei descalça e me permiti descansar, deitada embaixo daquela imensa árvore.

E comecei a planejar minha próxima estratégia. Mas quando comecei a planejar, fui vendo na minha mente o que aconteceria se cada empreitada desse certo. Para onde realmente eu queria ir? O que eu exatamente gostaria de ter? O que me faltava de tão urgente na vida que me fazia acelerar tanto? O que me fazia feliz de verdade? Algum dia eu iria dedicar tempo para fazer só isso: ser feliz ? Por que eu não conseguia resistir à tentação de sempre querer mais?

Eu gostaria de mudar o enredo dessa estória e continuá-la aqui no Blog dizendo que eu encontrei as respostas, quais foram elas e discorrer sobre essas dúvidas como quem sabe exatamente o quê, e como fazer. Mas eu ainda estou embaixo da árvore, me permitindo respirar e pensar em tudo isso, e no porquê de eu ter vindo parar aqui. Estou de repouso absoluto por recomendação médica. Tenho um aval para ficar quieta. E enquanto isso, eu vou refletindo e tentando achar o caminho que Deus quer tanto que eu encontre. Espero que Ele não venha me buscar antes da hora... ;)

Nenhum comentário: