domingo, 21 de novembro de 2010


Ontem foi show de Vanessa da Mata aqui em João Pessoa. Quem estava lá deve saber que não foi apenas um show de música, mas sobretudo, de sensações. E o que seria da vida sem as emoções que nos fazem ir além, tremer o queixo, chorar ao ouvir uma música sem que nada de racional venha à mente. Antes do show começar, não acreditei o quão perto do palco ficava meu lugar e agradeci secretamente por ter decidido comprar o ingresso logo que as vendas começaram. De cara, fiz amizade com um párea,louco pela Vanessa como eu, chamado Igor, que tinha (e eu senti inveja) todos os encartes de Cd´s e Dvd´s autografados pela nossa "amiga confidente". Engraçado que nós nem precisaríamos saber o nome um do outro para sabermos que temos ao menos uma coisa em comum: Com a lente da sensibilidade extremada, só vemos aquilo que nos toca. E Vanessa é mestre nisso.

Quando as luzes apagaram-se e logo depois apenas um feixe delas focou a cantora, ela estava cantando "Amado" e depois disso qualquer lembrança que eu tenho me remete à sensações tão fortes que chego a duvidar se realmente eu estava lá. Tremia o queixo, não segurava o choro, cantei todas as músicas que eu conhecia (as que eu não conhecia eu fechava os olhos e ouvia), vibrei, tirei foto, pulei, segurei a mão da Vanessa e quis dizer que ela fazia parte da minha vida, da minha história, que ela cantava tudo aquilo que eu sentia. Se todo poeta é um fingidor e "finge a dor que deveras sente", Vanessa da Mata deve fingir a dor do mundo.

Ouvir a música "Palavras" cantada quase ao pé do ouvido pela própria compositora vai entrar na minha história como um dos momentos mais emocionantes da minha vida (ouvir Cranberries tocar "Ode to my Family" ao vivo, há um mês, também está neste capítulo), e posso jurar que Vanessa me viu chorando e piscou pra mim, mesmo que ninguém tenha visto. Não importa. Nossa intimidade não é da conta de ninguém. Saí de alma lavada, como se tivesse acabado de pisar em um "céu claro de estrelas".


As palavras saem quase sem querer,
rezam por nós dois.
Tome conta do que vai dizer.
Elas estão dentro dos meus olhos,
da minha boca, dos meus ombros.
Se quiser ouvir é fácil perceber.

Não me acerte, não me seque,
me dê absolvição.
Faça luz onde há involução.
Escolha os versos para ser meu bem e não ser meu não.
Reabilite o meu coração.

Tentei, rasguei sua alma e pus no fogo.
Não assoprei, não relutei.
Os buracos que eu cavei não quis rever
Mas o amargo delas, resvalou em mim.
Não deu direito de viver em paz
Estou aqui para te pedir perdão

Não me acerte, não me seque,
me dê absolvição.
Faça luz onde há involução.
Escolha os versos para ser meu bem e não ser meu não.
Reabilite o meu coração.

As palavras fogem se você deixar
O impacto é grande demais
Cidades inteiras nascem a partir daí
Violentam, enlouquecem não me fazem dormir
Adoece e curam, não me dão limites
Vá com carinho, no que vai dizer

Não me acerte, não me seque,
me dê absolvição.
Faça luz onde há involução.
Escolha os versos para ser meu bem e não ser meu não.
Reabilite o meu coração.



3 comentários:

Unknown disse...

E como vocês nos mínimos detalhes se parecem: as cores, as flores, a dança, a sensibilidade... Mas eu diria que a característica mais em comum é o verdadeiro dom de se expressar de uma forma belíssima, é só ver ela cantando e você escrevendo!

Beijos

Franco disse...

"Se todo poeta é um fingidor e "finge a dor que deveras sente", Vanessa da Mata deve fingir a dor do mundo."

Acho que o poeta nunca finge...ou faz de conta que sabe fingir...rs

Que seria de nossas vidas não fosse a música?É claro que há outras belezas e necessidades. Mas a música...

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Luana Magalle disse...

Tão bom....!