terça-feira, 27 de julho de 2010

Zona de Conforto


Faz tempo que não escrevo aqui. O tempo anda me consumindo mais do que eu a ele. Mas hoje, resolvi arregaçar as mangas e fazer muita coisa que eu adiava há muito tempo, dentre elas, voltar às aulas de Pilates. Lá, fiquei divagando nas minhas ansiedades e preocupações entre um exercício e outro. Meus pensamentos palpitavam na tentativa de solucionar um grande impasse que estou vivendo e eu mal conseguia executar os movimentos, e respirar do jeito certo.
Até que o professor diz: "Pro exercício ter efeito, vocês precisam sair da zona de conforto!". Esticou mais minha perna e eu senti o músculo, antes adormecido, acordar subitamente.
De algum modo, aquela frase substituiu meus pensamentos e fiquei pensando nela como um mantra: "sair da zona de conforto". Foi a resposta certa pro momento certo.
Cheguei em casa disposta a sair daquilo que me é mais fácil, confortável. Não comi o jantar gordo, que sempre me impede de emagrecer. Tomei um banho demorado e joguei todos os shampoos vencidos no lixo. Arrumei o quarto. Descobri que só uso metade dos sapatos e roupas que tenho e separei tudo para doar. Sentei na escrivaninha e comecei a estudar (sim, numa terça-feira é possível começar muita coisa!).
Sei que tudo isso pode parecer trivial e cotidiano, mas estas pequenas atitudes me fizeram uma grande faxina mental. O problema pelo qual estou passando para mim não é mais um problema, a solução sempre esteve ali à frente: preciso sair da zona de conforto.
Parece clichê, mas notei que eu estava tendo respostas iguais para ações iguais. Se eu continuar a fazer as mesmas coisas, sempre terei os mesmos resultados. Se quero mudar isso, tenho que esticar mais a perna e sentir o músculo doer. Difícil? Bastante. A gente gosta mesmo é de fazer tudo igual, porque tudo aquilo que nos é familiar parece melhor: continuar com a mesma rotina, as mesmas dúvidas e dívidas, o mesmo namorado, a mesma cidade, o mesmo emprego, mesmo que nada disso seja o que a gente queria de verdade. Mudar, qualquer coisa que seja, até nossa aparência, exige esforço e vontade, e quase sempre, é a preguiça e o desânimo os que mais nos acolhem, que nos oferecem um sofá, uma tevê, uma "segunda-feira eu começo".
Mas, como diria o Coldplay, em uma das melhores músicas de todos os tempos (The Scientist):

"Nobody said it was easy" !
(Ninguém disse que era fácil!)

6 comentários:

Unknown disse...

Isso sim que é exercitar o corpo e a mente...
Tenho certeza que todos aqui se deliciam com sua sensibilidade e a forma com que você a expressa.

Parabéns pelo post!

Beijos

PolianaUrtiga disse...

eu preciso ter coragem pra ir no limite da dor...

obg por me mostrar isso!
;**

... disse...

Parabéns pela veracidade da sua escrita!
Não costumo comentar em tantos blogs perdidos por aí, mas o seu, definitivamente, precisa ser reforçado!
=)

Franco disse...

A afirmativa do Elias é 100% real.
Não se preocupe ao escrever com o que parecer ser clichê.O que torna alguém digno de ser lido, apreciado, além da sensibilidade expressa é a realidade e a sinceridade. O clichê é sempre bem vindo quanto quando nos faz ver e rever.
Quanto à zona de conforto: todo mundo adora a zona de conforto, até mesmo aqueles que nem se dão conta de que nela estão, pelos simples fato, talvez, de não terem mesmo pretensão alguma de se darem conta.E, talvez, seja melhor assim quando não se sente necessidade em mudar, afinal, se está bom, tudo bem, mudar pra quê? Acho que mudança não tem a ver somente com sair da zona de conforto... Às vezes dá medo mudar, né? Medo, insegurança, egoísmo e etc.
Porém, pra almas sedentas é impossível ficar na zona de conforto. E como ela incomoda. Cada um tem e sente sua necessidade de mudar , criar novos hábitos, conceitos, fazer o que sempre quis, falar o que se precisa, desejar mais, realizar igual, viver diferente a cada possibilidade.A vida é sempre uma surpresa tal como as pessoas o são. Por isso, não dá pra viver sempre da mesma forma, pensar sempre da mesma forma, agir sempre da mesma forma, com exceção daqueles que adoram a zona de conforto.
Por fim, é bom saber que sempre irão existir outros shampoos vencidos para se jogar fora ao longo de toda nossa vida e não é clichê perceber isso.

Bjão.

Carol Montenegro disse...

Parabéns, Vivi!
Também aprendi essa lição...foi difícil, mas valeu muito.
Comecei a aprender quando vi uma frase perdida na internet: "life begins at the end of your confort zone"
beijos

Ricardo Tafarelo disse...

Enfim de "próximo blog" em "próximo blog", encontro um agradável...

Muito bom o texto.
Tens aqui um novo seguidor =]

p.s.: Concordo, a musica é ótima.