segunda-feira, 5 de julho de 2010

L'aventure!


Definitivamente, uma das coisas que eu mais gosto na vida é alugar filme (sim, ainda existem locadoras!) e ver em casa, mesmo que seja em um sábado à noite, com a melhor companhia. Se for para assistir animação, eu me esbaldo. Porque, sem dúvida, há filmes belíssimos neste gênero, e que trazem uma mensagem capaz de classificá-los como verdadeiros "filosofilmes", do que simplesmente "desenho", como dizem.

Vi "Toy Story 3" no cinema e saí de lá com gosto de choro entre os lábios. Chorei muito, e de verdade. O filme foi feito para nós, adultos que, depois de 15 anos do primeiro "Toy Story", desejávamos ser surpreendidos pelo mesmo encantamento do passado, talvez desejosos de nos reencontrarmos com a criança que fomos e que não podemos mais ser. Mas, eis que "Toy Story3" foi feito não para nos encontrarmos com o que fomos, mas com o que somos!

Lições de lealdade, amizade, discussões sobre traumas e rejeições, sobre a passagem do tempo, de fases e até sobre a mortalidade, estão expostas ali, em um filme que emociona do começo ao fim. Sensação parecida e bem mais suave eu só tinha experimentado com "Ratatouille", um clássico para mim. Mas a Disney e a Pixar sabem como surpreender minha imaginação, e fazem outro filme que me fez chorar no sofá, neste último sábado: "UP- Altas Aventuras".

O filme começa já com a história de Carl e Ellie, e em menos de cinco minutos e sem nenhuma fala, numa das sequencias mais bonitas que eu já vi no cinema, a esperança de um amor pra vida toda aparece, ressoando, e como uma luz, nos arranca um suspiro e um sorriso, apesar do fim inevitável: Ellie morre.

Porém, Carl não desiste do sonho de ambos e parte para sua última (ou primeira?) aventura, como um último ato de amor e devoção à esposa. Leva consigo, por engano, um escoteiro mirim fofo, Russel, que não apenas será seu fiel escudeiro, como mudará o rumo da vida do homem de 78 anos.

A cena que mais me tocou é quando o velhinho consegue realizar seu sonho e, sentindo a presença da companheira, ao folhear seu antigo diário, descobre que chegou a hora de recomeçar. Procura outro sentido para viver e se desapega de tudo o que lhe era tão precioso, mas que não lhe servia mais.

A casa que não conseguia se mover de repente se liberta dos pesos que a prendiam, e sobe, fazendo o "Sr. Fredricksen", flutuar para o céu, a bordo de seu lar voador preso a balões que salvarão seu amigo mirim e o libertarão para sempre, em uma metáfora perfeita da vida e de seus recomeços, onde novo e velho se unem e se completam, em uma beleza quase poética.

Depois do filme, falei pro meu pai: "O senhor tem que assistir esse filme", como uma sentença de sentido novo para a vida. Ele me responde: "Não gosto de desenho".

E quem falou em desenho?

Um comentário:

Luana Magalle disse...

Ahhh...eu querooooo!!!
Bjo