
sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011
sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011
segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011
segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011
"FELICIDADE REALISTA"
( Martha Medeiros )
A princípio, bastaria ter saúde, dinheiro e amor, o que já é um pacote louvável, mas nossos desejos são ainda mais complexos.Não basta que a gente esteja sem febre: queremos, além de saúde, ser magérrimos, sarados, irresistíveis.
Dinheiro? Não basta termos para pagar o aluguel, a comida e o cinema: queremos a piscina olímpica e uma temporada num spa cinco estrelas. E quanto ao amor? Ah, o amor... não basta termos alguém com quem podemos conversar, dividir uma pizza e fazer sexo de vez em quando. Isso é pensar pequeno: queremos AMOR, todinho maiúsculo. Queremos estar visceralmente apaixonados, queremos ser surpreendidos por declarações e presentes inesperados, queremos jantar à luz de velas de segunda a domingo, queremos sexo selvagem e diário, queremos ser felizes assim e não de outro jeito.É o que dá ver tanta televisão.
Simplesmente esquecemos de tentar ser felizes de uma forma mais realista. Ter um parceiro constante, pode ou não, ser sinônimo de felicidade. Você pode ser feliz solteiro, feliz com uns romances ocasionais, feliz com um parceiro, feliz sem nenhum. Não existe amor minúsculo, principalmente quando se trata de amor-próprio.
Dinheiro é uma benção. Quem tem, precisa aproveitá-lo, gastá-lo,usufruí-lo. Não perder tempo juntando, juntando, juntando. Apenas o suficiente para se sentir seguro, mas não aprisionado. E se a gente tem pouco, é com este pouco que vai tentar segurar a onda, buscando coisas que saiam de graça, como um pouco de humor, um pouco de fé e um pouco de criatividade.
Ser feliz de uma forma realista é fazer o possível e aceitar o improvável. Fazer exercícios sem almejar passarelas, trabalhar sem almejar o estrelato, amar sem almejar o eterno. Olhe para o relógio: hora de acordar. É importante pensar-se ao extremo, buscar lá dentro o que nos mobiliza, instiga e conduz mas sem exigir-se desumanamente. A vida não é um jogo onde só quem testa seus limites é que leva o prêmio. Não sejamos vítimas ingênuas desta tal competitividade. Se a meta está alta demais, reduza-a. Se você não está de acordo com as regras, demita-se.
Invente seu próprio jogo. Faça o que for necessário para ser feliz. Mas não se esqueça que a felicidade é um sentimento simples, você pode encontrá-la e deixá-la ir embora por não perceber sua simplicidade. Ela transmite paz e não sentimentos fortes, que nos atormenta e provoca inquietude no nosso coração. Isso pode ser alegria, paixão, entusiasmo, mas não felicidade.
quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011
A Inveja Nossa de Cada Dia

Calma. Respiremos profundamente e vamos tentar descobrir o que faz uma pessoa deixar de viver sua própria vida para investigar a dos outros, gastando tempo e energia em descobrir se a vida do outro é melhor do que a dele própria.
Falando da inveja, sabemos que a "grama do vizinho sempre é mais verde". Não precisa gastar seu tempo para descobrir isso. Não estou afirmando que nossa vida é uma bela porcaria e que todo o universo deve ter uma vida muito mais interessante que a nossa. O que quero dizer é que, invejar quem está no topo, querer chegar lá e ter curiosidade em saber o que a pessoa fez para conquistar o que queremos é normalíssimo, e até saudável. É o que chamamos de "inveja boa": descobrir quais meios alguém utilizou para atingir o que sonhamos para nós mesmos, e admirar quem chegou lá antes. Trabalho muito isso em mim: quem eu poderia invejar, me torno fã. A esse tipo de inveja dou o nome de "inspiração", que é mais do que simplesmente admirar.
Outro tipo bem diferente de inveja é aquela que nos corrói, que nos angustia, que nos faz desejar secretamente toda a vida do outro, incluindo seus amigos, seus amores, suas viagens. Isso não é admiração, é obsessão. É quando queremos não apenas ter o que o outro tem, mas quando queremos mesmo é ser o outro! Ser tão simpático como fulano, vestir as mesmas roupas dele, usar as mesmas expressões, copiar perfil do orkut, investigar tudo o que a pessoa faz para quem sabe, fazer igual e ser igual. É como diz minha querida Vanessa da Mata, na música "Baú":
Vive aqui choramingando
Todos já foram embora
Você só sabe reclamar
A voz doce de João Amansará sua revolta
A comida de Dona Vantina
Quem sabe se transformará
Rancoroso com raiva de tudo
Do fulano com seu carro novo
Não vê que ele trabalhou muito
Você pode se esforçar
Pois vamos seguindo acordando
Você só reclama não age
Você fica dormindo à tarde
E tudo vai dando nos nervos
São perguntas que todos nós devemos fazer quando o vírus da inveja nos contaminar. Não deixemos que ele se dissemine pelo nosso corpo, pela nossa mente, nos impedindo de tudo aquilo que podemos fazer por nós, nos roubando toda a energia que poderia ser utilizada para produzirmos algo de bom, algo legítimo e autêntico.
Achei fantástica essa frase de Steve Jobs quando estava escrevendo esse texto (obg, Cybelle!!) e é com esse pensamento que eu seguirei hoje, fazendo meu próprio caminho e no meu próprio passo...